terça-feira, 8 de setembro de 2009

Amor e ódio


O ódio existe com o passado e com o futuro, enquanto o amor não precisa nem de passado nem de futuro. O amor existe no presente. O ódio tem uma referência no passado. Alguém que abusou de você ontem e você está a carregar isso como uma ferida, como uma ressaca. Ou pode ser que você esteja com medo de que alguém vá abusar de você amanhã, um medo, uma sombra de medo. E você já se começa a aprontar, se começa a preparar para ir de encontro à situação. O ódio existe com o passado e com o futuro. Você não pode odiar no presente. Tente e você se sentirá completamente impotente. Tente isso hoje: sente-se em silêncio e odeie alguém no presente, sem qualquer referência ao passado ou ao futuro... você não consegue fazer isso. Isso não pode ser feito. Pela própria natureza das coisas, isso é impossível. O ódio só pode existir, se você se lembrar do passado - esse homem fez alguma coisa com você ontem - aí o ódio é possível. Ou esse homem vai fazer alguma coisa com você amanhã - aí também o ódio é possível. Mas se você não tiver qualquer referência com o passado ou com o futuro - esse homem nada fez a você e nem vai fazer, esse homem está simplesmente sentado ali. Como você pode odiar? Mas você pode amar. O amor não necessita de qualquer referência. Essa é a beleza do amor e a liberdade do amor. O ódio é uma escravidão. O ódio é uma prisão imposta por você a si mesmo. E o ódio cria ódio, o ódio provoca o ódio. Se você odeia alguém, você está a criar o ódio no coração daquela pessoa contra você mesmo. E todo o mundo existe em torno do ódio, da destruição, da violência, da inveja, da competição. As pessoas estão cada qual atracadas no pescoço umas das outras, ou de verdade, na acção, ou pelo menos na mente. Nos seus pensamentos todo o mundo está matar, a assassinar. É por isso que nós criamos um inferno em cima desta linda terra, que poderia ter se tornado um paraíso. Ame e a terra se torna um paraíso novamente. E a imensa beleza do amor é o que ele é, sem qualquer referência. O amor brota em si, sem qualquer razão. É a sua felicidade a transbordar, é o seu coração a compartilhar. É o compartilhar da canção do seu ser. E o compartilhar é um acto tão cheio de alegria, que a pessoa compartilha. Compartilhar por ser bom compartilhar, por nenhum outro motivo.

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