O milagre de estar atento

O milagre de estar atento começa quando a pessoa observa o corpo – caminhando, sentando, indo para a cama, comendo. A pessoa deveria começar pelo mais sólido, pois isso é mais fácil, e então deveria se mover para experiências mais subtis. A pessoa deveria começar a observar os pensamentos, e quando ela ficar especialista em observar pensamentos, então deveria começar a observar os sentimentos. Depois que você sentir que pode observar seus sentimentos, então deveria começar a observar os seus estados de ânimo, os quais são ainda mais subtis e vagos do que os seus sentimentos. O milagre do observar é o de que enquanto você observa o corpo, o seu observador se torna mais forte; enquanto você observa os pensamentos, o seu observador se torna mais forte; enquanto você observa os seus sentimentos, o observador se torna ainda mais forte; quando você observa os seus estados de ânimo, o observador é tão forte que pode permanecer ele mesmo, observar a si mesmo, como uma vela numa noite escura que ilumina não apenas tudo à volta, mas também a si mesma. Encontrar o observador na sua pureza é a maior conquista na espiritualidade, pois o observador em você é a sua própria alma, a sua imortalidade. Mas nunca, por um único momento, pense "Eu o alcancei", pois esse é o momento em que você erra o alvo. Observar é um processo eterno; você sempre vai se aprofundando, mas nunca chega ao fim, no qual possa dizer: "Eu o alcancei". Na verdade, quanto mais fundo você for, mais fica consciente de que entrou num processo eterno, sem nenhum começo e nenhum fim. Mas as pessoas estão observando somente os outros; elas nunca se importam em observar a si mesmas. Todo mundo está observando – este é o observar mais superficial – o que o outro está a fazer, o que o outro está vestir, como ele se aparenta... Todo o mundo está observando; o observar não é algo novo a ser introduzido na sua vida. Ele apenas precisa ser aprofundado, tirar dos outros e direcionar aos seus próprios sentimentos interiores, pensamentos, estados de ânimo e, finalmente, ao próprio observador.