quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Filosofia ou religião?


Podemos considerar o Budismo uma religião, tendo em vista que ele comporta na sua estrutura sistemas de crença tão distintas como o ateísmo e politeísmo? Ou o Confucionismo, que foi eleito como religião estatal na China imperial, apesar de pregar a liberdade de culto e de não possuir qualquer espécie de sacerdócio, propondo-se a existir apenas como um conjunto de regras morais, e não religiosas? Assim sendo, elas são filosofias, e não religiões? O problema que se insere aqui é simples: a idéia de Religião que usualmente empregamos é aquela derivada do Judeo-Cristianismo, com uma crença vinculada a um sistema metafísico, e a presença de elementos ditos "clericais". Quando nos deparamos com situações complexas como a do movimento religioso budista ou do Confucionismo, o emprego da idéia de "religião" ou "filosofia" tem sido utilizada, geralmente, como detrator, e não esclarecedor. Logo, quando um é "religião", termina por não ser "filosofia", e vice-versa. Fica patente que tal dubiedade perversa somente é aplicada a sistemas religiosos e filosóficos que não seguem nossas regras gerais; caso contrário, poderíamos nos perguntar se São Tomás de Aquino ou Kant foram menos religiosos apenas porque foram filósofos. É necessário, portanto, esclarecer como queremos abordar estes sistemas culturais asiáticos, posto que muitos fundem elementos diversos de filosofia, religião e história, com aplicações e sentidos próprios que podem — ou não — aproximar-se dos nossos.

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