sábado, 5 de dezembro de 2009

O significado das bandeiras de orações



O costume vem do Tibete e remonta ao século XI. Foi o grande mestre indiano Atisha que ensinou aos seus discípulos como imprimir orações e mantras em pedaços de tecido, a partir de blocos de madeira gravados. Estas bandeiras, fixadas a um mastro ou a um bambu, ou cosidas a cordas esticadas entre dois pontos, ondulavam livremente ao vento. Esta tradição acabou por ser muito difundida no seio do Budismo tibetano. À volta dos mosteiros, nos sítios sagrados, presas aos ramos da árvore de Bodhi, em redor do grande Stupa em Bodhnath e mesmo junto a habitações, vemo-las por toda a parte. Desfraldadas ao vento, a sua presença sonora acompanha a cadência das orações. Esta prática não é uma superstição; as bandeiras não são talismãs. O Budismo, que Sua Santidade o Dalai Lama diz ser uma «ciência do espírito», debruça-se há muito, sobre a natureza e o funcionamento dos fenómenos. Com base na lei do karma, os fenómenos manifestam-se de um modo totalmente interdependente. Nenhuma das nossas acções é estéril. Sejam elas de corpo, palavra ou espírito, todas produzem efeitos conformes à natureza da motivação que as suscita. Seguindo esta lógica elementar, imprimir textos sagrados com uma intenção pura é uma fonte de energia positiva, que produz naturalmente efeitos benéficos. Além disso, o vento que entra em contacto com as bandeiras sobre as quais estão impressos caracteres e símbolos sagrados, entra também em contacto com tudo o resto. É o ar que respiramos, o oxigénio que se dissolve no nosso sangue, o dióxido de carbono que os vegetais utilizam... Tal como um pequeno aparelho pode fabricar iões negativos e fazer com que a atmosfera de um dado espaço seja mais sã, o vento, a partir de uma técnica simplicíssima e sem perigo para o meio ambiente, em contacto com os símbolos sagrados, espalha por toda a parte os nossos votos para o bem e para a felicidade temporal e última de todos os seres, criando assim um vasto campo positivo.
Deste modo, as bandeiras de oração são para os seres como uma medicina suave, um apelo silencioso à maravilha que temos dentro de nós desde sempre e para sempre.

2 comentários:

  1. Muito interessante.
    Estes costumes são o espelho da cultura budista, que acredita na força poderosa dos estímulos constantes entre o homem e a Natureza.

    Bom fim-de-semana.

    Um Abraço
    Lumena

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  2. A MIM SEMPRE ME FASCINOU ESTAS CORES DAS BANDEIRAS, E O PODER TRANSCENDENTAL QUE ELAS PODEM REPRESENTAR, SÃO PRECES Á NATUREZA, AOS ELEMENTOS, AO VENTO, PAZ E ABRAÇOS...

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