segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sobre o Ser nele mesmo


Poderes sobrenaturais advém com o nascimento, ou são conseguidos através de ervas, encantamentos, austeridades ou concentração. (A mutação do corpo e dos órgãos para aquele nascido em espécie diferente) acontece através do preenchimento da sua natureza inata. As causas não colocam a natureza em movimento, somente a remoção de obstáculos acontece através delas. Isso é como um agricultor a quebrar a barreira para permitir o fluxo de água. (Os obstáculos ao serem removidos pelas suas causas, a natureza penetra por ela mesma). Todas as mentes criadas são construidas a partir do sentido - do - Eu. Uma mente (principal) direcciona as várias mentes criadas na variedade de suas actividades. Delas (mentes com poderes sobrenaturais) as obtidas através da meditação não têm impressões subliminares. As acções do Yogui não são nem brancas, nem pretas, enquanto as acções dos outros são de três tipos. Então (das três variedades de karma) manifestam-se as impressões subconscientes apropriadas às suas consequências. Em função da semelhança entre a memória e suas impressões latentes correspondentes, as impressões subconscientes dos sentimentos aparecem simultaneamente, mesmo quando são separadas por nascimento, espaço e tempo. Desejo do bem-estar e ser eterno, segue-se que a impressão subconsciente da qual ele advém deve ser sem começo. Em função de serem mantidas juntas pela causa, resultado e objectos suportes, quando isso se ausenta, as Vasanas desaparecem. O passado e o futuro são a realidade, presente, nas suas formas fundamentais, tendo diferenças apenas nas características das formas tomadas em tempos diferentes. Características, que são presentes em todos os tempos, são manifestas e subtis, e são compostas dos três Gunas. Em função da mutação coordenada dos três Gunas, um objecto aparece como numa unidade. Apesar da semelhança entre os objectos, em função de haverem mentes separadas, eles (os objectos e seu conhecimento) seguem caminhos diferentes, essa é a razão deles serem inteiramente diferentes. Objecto não é dependente de uma mente, porque se assim fosse, o que aconteceria quando ele não fosse mais cognizado por esta mente? Objectos externos são conhecidos ou desconhecidos para a mente na medida em que colorem a mente. Em função da imutabilidade de Purusha, que é o mestre da mente, as modificações da mente são sempre conhecidos ou manifestados. Ela (a mente) não é auto-iluminada, sendo um objecto (conhecível). Além disso, ambos (a mente e seus objectos) não podem ser cognizados simultaneamente. Se a mente fosse iluminada por uma outra mente, então haveria repetição ad infinitum de mentes iluminadas e inter-mistura de memória. (Portanto) Intransmissível, a Consciência metempirica, reflectindo sobre Buddhi torna-se a causa da consciência de Buddhi. A matéria mental sendo afectada pelo Observador e o Observado, torna-se toda-compreensiva. Ela (a mente) apesar de marcada pelas inimeráveis impressões subconscientes, existe para um outro, desde que aga conjuntamente. Para aquele que conheceu a entidade distinta, isto é Purusha, inquirição sobre a natureza do próprio Ser, ela cessa. (Então) A mente se inclina ao conhecimento discriminativo e naturalmente gravita em direcção ao estado de libertação. Através de suas ramificações (isto é, quebras no conhecimento discriminativo) surgem outras flutuações da mente devido às suas impressões latentes (residuais). Tem-se dito que a sua remoção (isto é, das flutuações) segue o mesmo processo da remoção das aflições. Quando o indivíduo torna-se desinteressado mesmo pela omnisciência, ele adquire a iluminação discriminativa perpétua de onde vem a concentração conhecida como Dharmamegha (nuvem que despeja virtude). A partir disso, as aflições e acções cessam. Então em função da infinitude do conhecimento, livre da cobertura das impurezas, os objectos conhecíveis aparentam poucos. Depois da sua emergência (nuvem que despeja virtude) as Gunas tendo cumprido o seu propósito, a sequência das suas mutações cessam. O que pertence aos momentos e é indicado pelo término de uma mutação particular, é sequência. O estado do Ser-nele-mesmo ou libertação, realiza-se quando as Gunas (tendo promovido experiência e libertação para Purusha) não têm um mais propósito a cumprir e desaparecem na sua substância causal. Em outras palavras, é Consciência absoluta estabelecida no seu próprio Ser.

3 comentários:

  1. Esse texto esta complexo demais pra mim hoje...

    Bençãos!

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  2. A primeira parte está mais clara ("quando os ostáculos são removidos a agua entra por si só")já a continuação complicou um pouco ...

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  3. Sim é complexo porque usa termos hiduístas, por vezes difíceis de compreender, de qualquer forma , abraços.

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