segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Efeitos da Meditação no Cérebro


Daniel Goleman

Em geral, o que mais atrai na meditação é a promessa de fazer com que a pessoa fique relaxada a maior parte do tempo. Mas algumas das pessoas que sofrem as maiores cargas de pressão parecem não considerar o relaxamento uma coisa desejável. Quando Herbert Benson, da Escola de Medicina de Harvard, escreveu um artigo na Harvard Business Review recomendando que os
empresários permitissem que os seus empregados tivessem um período de folga para fazer um relaxamento, houve uma avalanche de cartas de protesto, afirmando que o stress e a tensão são essenciais para a eficiente administração dos negócios. Um amigo meu, ao lhe dizerem que meditar poderia fazer baixar a sua pressão sanguínea, respondeu: "Eu sei que preciso moderar um pouco, mas não quero me tornar um zumbi." Felizmente, a meditação não produz zumbis. Especialistas em meditação com quem convivi na índia e nos Estados Unidos estavam entre as pessoas mais activas que já conheci. As pesquisas sobre os efeitos da meditação no cérebro
talvez expliquem o motivo disso. A meditação treina a capacidade de prestar atenção. Isso a diferencia de muitas outras formas de relaxamento que permitem que a mente divague à vontade. Esse aguçamento da atenção dura além da própria sessão de meditação. A atenção vai manifestar-se de várias maneiras, durante o resto do dia da pessoa que medita. Verificou-se, por exemplo, que a meditação aperfeiçoa a habilidade da pessoa de captar subtis manifestações no ambiente e de prestar atenção ao que está a acontecer, em vez de deixar a mente dispersar-se. Essa habilidade significa que, ao conversar com alguém, a pessoa que medita regularmente estabelece uma relação de maior empatia, porque consegue prestar uma atenção especial no que a outra pessoa está a fazer e dizendo, e consegue captar melhor as mensagens ocultas que ela está transmitindo.

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