terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sinta-se a si mesmo estendendo-se em todas as direcções ...



Por fora, a vida é um ciclone, um conflito, uma agitação, uma luta constante. Mas isto é assim só na superfície; só na superfície do oceano é que há ondas, um ruído enlouquecedor, uma luta constante. Mas isto não é toda a vida. No profundo também há um centro sem ruído, silencioso, sem conflito, sem luta. No centro, a vida é um fluxo silencioso, depravado, um rio movendo-se sem resistência, sem luta, sem violência. A busca encaminha-se nesse centro interno. Você pode-se identificar com a superfície, com o externo.
Mas, então haverá ansiedade e angústia. Isto é o que acontece a todo o mundo, estamos identificados com a superfície e com a luta que há aí. A superfície terá que ser perturbada; não há nada de mau nisso. E pode-se estar enraizado no centro, mas a perturbação na superfície se voltará formosa, e terá uma beleza própria. Se se pode estar em silêncio dentro, então todos os sons de fora se voltam musicais. Então nada é mau; tudo se volta num jogo. Mas se não conhecer o núcleo interno, o centro interno, se estiver totalmente identificado com a superfície, você ficará louco. E toda a gente está quase louca. Todas as técnicas religiosas, as técnicas de ioga, de meditação Zen, são
basicamente para nos ajudar a estar de novo em contacto com o centro, para entrar em si, para esquecer a periferia, para deixar a periferia no momento e se relaxar no seu próprio ser tão profundamente que o externo desapareça completamente e só permaneça o interno. Uma vez que sabe como retroceder, e como entrar em si mesmo, não é difícil.
Volta-se tão facilmente como qualquer outra coisa. Mas se não se souber, se só conhecer a mente que se aferra à superfície, é muito difícil. Relaxar-se em si mesmo não é difícil; não aferrar-se à superfície é que o é.
Ouvi (Osho) uma história sufí ... Aconteceu uma vez que um faquir sufí estava a viajar.
Era uma noite escura e perdeu-se. Estava tão escuro que nem sequer podia ver onde estava. Então, de repente caiu num abismo. Estava aterrorizado. Não sabia o que havia abaixo na escuridão, ou quão profundo era o abismo, assim é que se agarrou a um ramo e começou a rezar. Era uma noite muito fria. Gritou, mas não havia ninguém que o escutasse; só a sua própria voz devolvida pelo eco. E era uma noite tão fria que lhe estavam a congelar as mãos e sabia que mais cedo ou mais tarde teria que soltar o ramo... ia ser muito difícil seguir agarrando-se. As suas mãos estavam tão congeladas que começavam a escorregar-se do ramo. A morte estava absolutamente perto. A qualquer momento cairia e morreria. E então chegou o último momento. Pode-se imaginar quão aterrorizado ele estava, morrendo momento a momento. Então chegou o último instante e viu que o ramo escapava das suas mãos. E tinha as mãos tão congeladas que não havia forma de agarrar-se, assim tinha que cair.
Mas no momento em que caiu, começou a dançar, não havia nenhum abismo; estava sobre terra firme. E tinha estado a sofrer toda a noite.

4 comentários:

  1. Tdos os dias estou cantando um mantra. Esta de alguma forma me fazendo muito bem!!! A minha calma em alguns momentos foi notada:- Como ela consegue manter a calma nese momento!! Mentalizo o mantra e vou caminhando. No meio das pédras e abismos como se estivesse anestesiada. Não sei se é bom.Sou muito forte!! Parece que os sentimentos não tem vez. Ma,para o corpo fisíco...transmite bem estar momentaneo. Namastê.

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  2. Com muito prazer, sabe bem entoar, ou cantar um mantra, ou seja uma canção, porque onde estiver a agitação, pelo menos desperta-nos para esse instante, e mantêm-nos centrados e calmos no nosso interior, muita paz.

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